A FESTA DO DIVINO

Um tema curioso e envolvente.

Minhas vivências até o ano de 1995 sempre ocorreram em regiões onde predominam a colonização italiana, na Região Sul do Brasil, com as tradições religiosas típicas dessa cultura.

Ao passar a residir na região litorânea de Santa Catarina, onde predomina a cultura açoriana, algumas tradições chamaram minha atenção pelas características peculiares e por mim ignoradas. Dentre essas, a Festa do Divino celebrada nas Comunidades onde as Paróquias da Igreja Católica oportunizam esses eventos, traduzem esse misto de curiosidade e surpresa.

Festa do Divino Cortejo no centro de Florianópolis 2015

Festa do Divino Cortejo no centro de Florianópolis 2015 Fonte: Google images

Como é possível integrar a Celebração de Pentecostes, quando a Igreja Católica celebra a Vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos, após a Ressurreição de Cristo, como narra o Novo Testamento da Bíblia, com desfiles de Cortes Imperiais onde figuram Imperador, Imperatriz, Príncipes e Princesas devidamente caracterizados?

Em busca de respostas encontrei muitos registros dessas festividades, em Entidades Culturais e Religiosas, documentados por Programas impressos das Festividades, Fotos e Vídeos, nos quais fundamento minha narrativa.

Festa do Divino Corte

Festa do Divino Corte. Fonte: Google images

As Festas do Divino Espírito Santo ocorrem normalmente nos meses de maio a setembro Mesclam celebrações religiosas, folclóricas e profanas, São manifestações de religiosidade coletiva de grande simbologia trazidas pelos imigrantes portugueses provenientes do Arquipélago dos Açores em 1748.

O Ciclo das Festas do Divino nas Comunidades inicia com a saída da Bandeira do Divino em romaria pelas ruas dos bairros ou nos centros urbanos, visitando as casas dos devotos com bandeiras coloridas, ao som de tambores, rabecas, pandeiros e violas, cantorias e fogos. O ponto alto das festividades acontece na Cerimônia da Coroação do Imperador acompanhado pelo Cortejo Imperial, luxuosamente caracterizado.

Mas, fica a indagação: Qual a relação dessas caracterizações de Figuras Imperiais com os Símbolos Religiosos do Divino Espírito Santo?

FESTA DO DIVINO 2014 Festa do Divino Cortejo no centro de Florianópolis 2015

FESTA DO DIVINO 2014
Festa do Divino Cortejo no centro de Florianópolis 2015

Historiadores registram que a Festa do Divino Espírito Santo já acontecia na Alemanha, no século XII de onde se propagou pela Europa, em especial em Portugal, onde se firmou com a devoção especial da Rainha Isabel de Aragão.

Quem foi a Rainha Isabel de Aragão?

Filha do Rei Pedro III de Aragão ( do Reino de Aragão, na Península Ibérica), casou em 1282, aos 12 anos de idade, por procuração, com o Rei de Portugal Dom Diniz, que subiu ao trono aos 19 anos.

Em 1296 a Rainha Isabel, sendo extremamente devota do Espírito Santo, enfrentava um período difícil no Reino, com muitas desavenças entre os membros da Corte, principalmente entre o Imperador e seu filho Afonso, herdeiro do trono. Temendo graves consequências desses conflitos, Isabel fez a Promessa de entregar sua própria coroa à Igreja, se as desavenças acabassem e se restabelecesse a paz em sua família e no Reino.

Tendo alcançado a paz que almejava, a rainha cumpriu a palavra. Assim, na Festa de Pentecostes de 1296, a Rainha Isabel de Aragão levou a prometida coroa real à Igreja do Espírito Santo na Vila de Alenquer em Portugal. Para a entrega, formou-se uma solene procissão com nobres do reino transportando estandartes com o símbolo do Espírito Santo. Na ocasião, pessoas humildes recebiam simbolicamente a coroa e o cetro, simbolizando a instituição do Império do Espírito Santo e um grande banquete era partilhado com os mais pobres.

A Casa Real determinou então, que todos os anos nessa data fosse celebrada a Festividade. A Rainha passou a ser reconhecida como a “Rainha Santa” Faleceu em 1336 e em 1625 foi canonizada pela Igreja Católica.

A Festa do Divino Espírito Santo tem como base profundo sentido religioso, embora muitas vezes aparentando um evento do folclore, do imaginário e da fantasia, é rica em significados, quando se comemora a esperança na chegada de uma era de paz , um tempo futuro em que predomine a partilha, a solidariedade, a liberdade, a caridade, a união entre as pessoas, a PAZ, enfim, que prevaleça o Império da Igualdade.

NATAL – VIVER EMOÇÕES

Natal – essa palavra, para grande parte da humanidade, os cristãos, é muito familiar, sentimental, repleta de significados.

Mas, o verdadeiro significado de todos os símbolos que envolvem o Natal é, muitas vezes, desconhecido.

A proposta então, é ir em busca de mais conhecimentos, em busca de informações até curiosas.

Como se construiu todo esse conceito de Natal que evoluiu até nossa época?

Em meados do século IV d.C. o Papa Júlio I fixou a data de 25 de dezembro como data do Nascimento de Jesus Cristo.

Anteriormente, nessa época eram celebradas muitas festividades entre os romanos, os celtas, os germânicos, em comemoração ao início do inverno em suas regiões. E no dia 25 de dezembro os romanos comemoravam também o nascimento do deus Sol.

Assim, foi introduzida uma nova motivação para essas festividades, a celebração do Nascimento de Jesus, espalhando-se mais tarde para todo o mundo.

Em 1233, São Francisco de Assis, na região do Lácio, Itália, construiu o primeiroPresépio em argilavisando reconstituir a cena do Nascimento de Jesus para explicar às pessoas mais simples, como isso aconteceu.

Árvore de Natal surgiu mais tarde. Martinho Lutero, em 1530, na Alemanha, ao admirar os pinheiros cobertos de neve, sob um céu estrelado, quis reproduzir a cena dentro de casa, utilizando galhos, velas acesas, enfeites, firmando-se depois a tradição de ornamentar uma árvore, sendo esse costume levado a outros países pelos alemães.

Papai Noel é hoje o personagem indispensável nas Festas de Natal, um símbolo comercial presente em todas as regiões, um apelo ao imaginário de crianças e adultos de muitas gerações.  E isso se configura até como uma distorção do verdadeiro sentido do Natal, mas hoje está tão incorporado aos costumes da população  que se tornou presença obrigatória nessa data.

E como evoluiu esse personagem?

Nöel, em francês, significa Natal. Essa figura representa São Nicolau que foi um bispo do início da era cristã. Nasceu na Turquia em 280 d.C e costumava ajudar as pessoas pobres, deixando moedas,  próximo às chaminés das casas. Hoje, o dia de São Nicolau é 6 de janeiro.

Até o século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa marrom ou verde escura. Em 1886, Thomas Nast, um cartunista alemão criou uma nova imagem com roupa vermelha e branca e um cinto preto. Em 1931, a Coca Cola, numa campanha publicitária usou essa imagem e figurino, associando-a às cores do refrigerante. Assim, essa nova imagem passou a ser divulgada no mundo todo.

O Papai Noel se apresenta com nomes diferentes, dependendo do país ou da língua, vejamos alguns: na Itália – Babbo Natale; na França – Père Noel; em Portugal – Pai Natal; na Inglaterra –  Father Christmas; nos Estados Unidos – Santa Claus; na Rússia – Ded Moroz; na Argentina, Espanha, Uruguai, Paraguai – Papá Noel.

E conta a lenda que o Papai Noel mora no Pólo Norte, onde há neve eterna e em outra versão, ele reside na Lapônia – Finlândia, sendo transportado por renas voadoras. Na Lapônia existe o “escritório” do Papai Noel, onde há uma estrutura especial para receber turistas do mundo todo e para onde são enviadas cartas ao Papai Noel.

Hoje,  o Natal é uma das datas mais universais do Planeta. Essa data divide a História da Humanidade em dois períodos: antes de Cristo e depois de Cristo.

Uma Festa hoje mais voltada ao consumo, presentes, mas também à reunião das famílias e à confraternização de amigos e grupos profissionais.

Não é apenas uma festa ocidental. A partir dos anos 90, – embora no Mundo Oriental os cristãos sejam minoria – chineses, japoneses, indianos, orientais, em geral, utilizam os símbolos comerciais do Natal Cristão. Lá estão belas Árvores de Natal, Luzes, Bolas, Estrelas, Trilhas Sonoras, Papai Noel, e tudo o que diz respeito à Festa de Natal das Crianças do mundo todo, de todos os tempos, dos Católicos, dos Cristãos, do Homem moderno do século XXI.

UM FELIZ NATAL!