ESPERANDO GODOT

citação do livro “Esperando Godot”, de Samuel Beckett

Esperar…
Deixar o tempo passar…
Não fazer nada…
Esperar Godot!
Samuel B. Beckett, irlandês, considerado um dos mais famosos autores do Teatro do Absurdo, é o autor da famosa obra “‘”Esperando Godot”‘”.
A peça foi encenada pela primeira vez em 1953.
Considerada uma tragicomédia, mostra os conflitos existenciais do ser humano na pós guerra.
“Esperando Godot”, encenada até hoje no Brasil e no mundo afora, é enigmática na sua essência. Baseia-se na utopia, na busca tragicômica de algo que jamais será alcançado.
Vladimir e Estragão, dois palhaços desocupados, num cenário desolador, esperam o misterioso e imaginário personagem Godot.
Esperar Godot pode significar:

  • para onde caminha a humanidade?
  • esse mundo sem direção, sem respostas aos questionamentos, para onde nos leva?

Esperar Godot é viver a UTOPIA.
Angústia e dúvida permeiam os diálogos dos personagens.
Hoje, esperar Godot se traduz por crenças em verdades fabricadas, expectativas utópicas, espera pelo que nunca vai acontecer.
Enfim, “Esperando Godot” é uma representação do absurdo que aborda, em suas entrelinhas, questões filosóficas sobre a condição humana onde o tempo não existe.

“Esperando Godot” leva à reflexão sobre o absurdo da existência. Questiona a vida social, a perplexidade do ser humano, percebendo-se mergulhado em dúvidas, incertezas desamparo, desesperança.
O ser humano tentando perceber o vazio da existência, buscando, ao menos, a impressão de existir.
Esperar Godot levanta questões sociológicas e psicológicas, analisa as várias versões de nós mesmos, a atuação de cada um perante a própria vida.
Godot nunca chega.
Esperar Godot significa não enfrentar as dificuldades, não ir à luta, não assumir responsabilidade. Esperar um imaginário Godot, um novo Messias que nunca chega…
Porque Godot não chega e porque Esperar por ele não interessa.
Não sabem, mas esperam…
GODOT NÃO VAI CHEGAR.
GODOT NÃO EXISTE.

AS FITAS DO SENHOR DO BONFIM

Quem vai à cidade de Salvador, capital do estado da Bahia/Brasil e circula pelo Centro Histórico, mergulha num ambiente repleto de símbolos, imagens, casarios, igrejas centenárias, obras de arte ao ar livre, museus, espaços e paisagens onde se apresentam baianas caracterizadas, grupos artísticos, vendedores ambulantes de cocada, acarajé e outros alimentos típicos e souvenirs.

Dentre as construções centenárias destacam-se as igrejas católicas e, segundo dados da Arquidiocese, existem 372 templos católicos em Salvador que perpetuam a história desses espaços. Dentre esses templos centenários destaca-se a Igreja do Senhor do Bonfim.

Igreja Nosso Senhor do Bonfim – Salvador/BA

Esse templo religioso está localizado na Sagrada Colina e foi construído em 1754. Nele destacam-se duas imagens célebres: a imagem do Senhor do Bonfim e a de Nossa Senhora da Guia. Imagens que foram trazidas de Portugal em 1745.

Imagem de Nosso Senhor do Bonfim – Salvador/BA

Essa igreja em especial, é também símbolo do sincretismo religioso, onde se misturam as diferentes crenças e rituais próprios de diversas religiões, isto é, junto com a tradição e rituais católicos manifestam-se as tradições e rituais de outras religiões, em especial, as afro-brasileiras.

Assim, no mês de janeiro, acontece um ritual típico que é a Lavagem das Escadarias do Senhor do Bonfim, quando grupos de baianas caracterizadas fazem um ritual nas escadarias da igreja jogando ‘água de cheiro’, flores e folhas. Essa cerimônia tem o sentido da purificação e reúne multidões de devotos que expressam a fé à sua maneira, com orações, cânticos, cortejos, procissões, fogos de artifício, comidas típicas e manifestações artísticas próprias da criatividade popular.

Festa do Senhor do Bonfm, janeiro de 2020

Uma das expressões típicas desse sincretismo religioso são as Fitas do Senhor do Bonfim. Trata-se de um souvenir e amuleto que se destina a realizar desejos.  

Criada em 1809, essa fita partiu da ideia de ser confeccionada com a medida do braço direito da imagem do Senhor do Bonfim, 47 centímetros. As fitas distribuídas aos devotos sofreram algumas modificações no percurso e na década de 1960 se popularizaram e passaram a ser muito valorizadas e difundidas. 

Essas fitas se apresentam em diversas cores, sendo que cada cor traz um significado:

– branco: paz, sabedoria, calma;
– vermelho: amor, poder, força, energia;
– verde: vigor, juventude, esperança;
– verde escuro: virilidade, grandeza;
– amarelo: riqueza, dinheiro, sabedoria;
– laranja: movimento, espontaneidade;
– azul: segurança, tranquilidade, saúde;
– rosa: beleza, saúde, sensualidade;
– rosa claro: ternura, suavidade, carinho.

Para os adeptos das religiões afro-brasileiras, há significados próprios para as cores das fitas, que representam os orixás:

– branco: Oxalá
– vermelho: Iansã
– vermelho com letras brancas: Xangô
– verde com letras brancas: Ossain  
– verde escuro ou claro: Oxóssi
– amarelo: Oxum
– azul claro: Iemanjá
– azul escuro: Ogum
– rosa: Oxumaré
– roxo: Nanã
– preto: Exu e PombaGira
– preto com letras brancas: Omulu

Nessas fitinhas coloridas está gravado: Lembrança do Senhor do Bonfim da Bahia.

Esse amuleto ou souvenir pode ser adquirido com ambulantes, próximo à igreja ou em outros pontos de venda, mas, o ideal é ganhar a fita como presente de alguém, para realizar todo o ritual da tradição. A fita, ou até mais de uma, deve ser amarrada no pulso, dando duas voltas e fazendo três nós. A cada nó a pessoa mentaliza um desejo que deve ser segredo. A fita deve permanecer no pulso até o momento em que a mesma se rompe pelo próprio desgaste, quando então serão realizados os desejos.

Outra prática é amarrar as fitas num gradil que há em frente ao templo e aí então são feitos os três nós mentalizando os três desejos.

Obs.

Essa narrativa tem como objetivo popularizar fenômenos da tradição e da cultura que, muitas vezes, fica restrito a poucos e com isso podemos somar mais uma curiosidade à questão principal desse site: isso eu não sabia!

– A base da pesquisa foi o Google endossado com a experiência obtida em viagem de turismo à cidade de Salvador – Bahia/Brasil

As imagens são compartilhadas do Google.

Abrir a Caixa de Pandora

PANDORA , na Mitologia Grega, foi a primeira mulher criada, por ordem de ZEUS no Olimpo e enviada à Terra. “Pandora” significa – a que possui todos os dons.

Precisamos entender quem eram os Titãs na Mitologia Grega, para entendermos essa narrativa: Os Titãs eram 12 deuses que nasceram no início dos Tempos. Eram os ancestrais dos deuses do OLIMPO. Os Titãs nasceram da União entre URANO que representava o Céu e GAIA que seria a Terra. CRONOS era um dos Titãs mais famosos. Cronos casou com uma de suas irmãs Réia e tiveram vários filhos, entre eles ZEUS que era considerado o deus dos deuses e senhor do Olimpo por ter derrotado seu pai Cronos.

Na segunda geração dos Titãs destacaram-se Prometeu e Epimeteu que foram castigados a viver na Terra e criaram os animais e os homens.

Prometeu era amigo dos homens e protetor da humanidade e revelou a eles o segredo do fogo. Zeus para castigar Prometeu mandou que o deus das Artes Hefesto fizesse uma mulher parecida com as deusas. Hefesto  fez uma linda estátua e a deusa Atena lhe deu o sopro de vida e outras deusas e deuses lhe deram todos os dons. Recebeu os dons da sabedoria, beleza, bondade, paz, generosidade, saúde. Assim a mulher recebeu o nome de Pandora, a que possui todos os dons. PANDORA veio à Terra trazendo uma CAIXA  FECHADA  para Epimeteu,  como presente de casamento. Epimeteu, contrariando o conselho do irmão Prometeu para que não aceitasse nenhum presente de Zeus, aceitou Pandora como esposa. Pandora e Epimeteu receberam a ordem de jamais abrir a caixa, mas Pandora tinha um defeito, a curiosidade.   Assim, um dia, Pandora não resistiu, abriu a caixa e liberou todos os males que até hoje afligem a humanidade: as guerras, as doenças, as calamidades, a fome, a pobreza a inveja, a ganância, a morte.

Quando Pandora viu o erro, tentou fechar a caixa, mas só conseguiu prender a Esperança.

A Esperança estará sempre com a humanidade que diante dos males e sofrimentos encontraria forças para não sucumbir.

Assim, até hoje abrir a Caixa de Pandora significa fazer o mal que não pode mais ser desfeito.

Outra interpretação dada a essa expressão seria que se algum segredo for revelado ou um assunto sigiloso se tornar público poderá causar grande destruição.

VOCÊ JÁ VIVEU OU ESTÁ VIVENDO UMA SITUAÇÃO EM QUE FOI ABERTA A CAIXA DE PANDORA?

A escolha de Sofia

Fotogramas selecionados do filme “A Escolha de Sofia”

Você se depara com uma decisão quase impossível de ser tomada…
Você precisa optar entre duas escolhas igualmente perturbadoras…
Você está frente a uma ‘escolha de Sofia’.
Como se originou essa expressão?
A origem da expressão é uma história de horrores, um acontecimento trágico, ocorrido nos Campos de Concentração do Nazismo, em Auschwitz, numa época em que ocorreram os mais desumanos e cruéis crimes da História da Humanidade.
O escritor americano Willian Clark Styron relatou num romance filosófico a tragédia vivida por Sophie Zawistowska, sob o título original Sophie’s Choise. O romance foi escrito em 1979.
Sofia, de origem polonesa, declarava-se católica e teria sido capturada e levada ao Campo de Concentração por estar ocultando e transportando, de forma clandestina, alguns quilos de carne que pretendia levar para sua mãe enferma.
A história de Sofia revela um dos mais cruéis sofrimentos a que o ser humano pode ser submetido. Sofia era mãe de dois filhos, um menino e uma menina: Jan e Eva, conduzidos junto com a mãe ao Campo de Concentração, numa viagem que durou trinta horas de trem. Sofia logo percebeu estar vivendo uma situação desesperadora, com a certeza de viver dias difíceis e um futuro incerto. O mais apavorante seria a morte nas câmaras de gás.
Já extenuada pela longa e terrível jornada, Sofia abafava o choro de fome da pequena Eva e de Jan, na época com 10 anos de idade. A tragédia não demorou a acontecer. No mesmo dia da chegada, viu-se confrontada por uma proposta aterradora. Um dos carrascos nazistas colocou Sofia frente a uma escolha trágica: um dos filhos seria levado para ser morto na câmara de gás, sendo que ela deveria escolher qual dos dois seria poupado e qual seria condenado. Caso se negasse a escolher, os dois seriam mortos. Sofia, frente à situação desesperadora, resolveu salvar o menino Jan por considerar que ele teria maiores condições de sobreviver aos horrores que ainda viveria. No desespero viu-se frente a uma cena de crueldade jamais imaginada: a filha Eva foi brutalmente levada ao trágico fim. Essa cena vivida por Sofia, a lembrança do último olhar de sua filha, o desespero do filho, a atormentaram todos os dias de sua vida. Jan foi conduzido ao Campo das Crianças.
Ao ser libertada, Sofia só tinha um motivo para viver: reencontrar o filho Jan. No entanto, do filho nunca mais teve notícias, ficando o sentimento de total desalento e dúvidas sobre o que teria ocorrido com Jan a partir da escolha desesperadora a que foi submetida.
O romance ‘A Escolha de Sofia’, também traduzido no Brasil, inspirou o filme homônimo.
A estréia do filme ocorreu em 1982, sob a direção de Alan J. Pakula, tendo Meryl Streep no papel de Sofia.
O filme foi exibido no Brasil, com grande bilheteria.
Tanto o livro quanto o filme são obras premiadas e de muito sucesso. Inesquecíveis e sempre atuais para quem mergulhou nessa tragédia humana.
Fica o convite para ler o romance e ver o filme!
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– E você, já se encontrou numa situação semelhante, podendo considerar ter que fazer sua ‘escolha de Sofia’?

A FESTA DO DIVINO

Um tema curioso e envolvente.

Minhas vivências até o ano de 1995 sempre ocorreram em regiões onde predominam a colonização italiana, na Região Sul do Brasil, com as tradições religiosas típicas dessa cultura.

Ao passar a residir na região litorânea de Santa Catarina, onde predomina a cultura açoriana, algumas tradições chamaram minha atenção pelas características peculiares e por mim ignoradas. Dentre essas, a Festa do Divino celebrada nas Comunidades onde as Paróquias da Igreja Católica oportunizam esses eventos, traduzem esse misto de curiosidade e surpresa.

Festa do Divino Cortejo no centro de Florianópolis 2015

Festa do Divino Cortejo no centro de Florianópolis 2015 Fonte: Google images

Como é possível integrar a Celebração de Pentecostes, quando a Igreja Católica celebra a Vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos, após a Ressurreição de Cristo, como narra o Novo Testamento da Bíblia, com desfiles de Cortes Imperiais onde figuram Imperador, Imperatriz, Príncipes e Princesas devidamente caracterizados?

Em busca de respostas encontrei muitos registros dessas festividades, em Entidades Culturais e Religiosas, documentados por Programas impressos das Festividades, Fotos e Vídeos, nos quais fundamento minha narrativa.

Festa do Divino Corte

Festa do Divino Corte. Fonte: Google images

As Festas do Divino Espírito Santo ocorrem normalmente nos meses de maio a setembro Mesclam celebrações religiosas, folclóricas e profanas, São manifestações de religiosidade coletiva de grande simbologia trazidas pelos imigrantes portugueses provenientes do Arquipélago dos Açores em 1748.

O Ciclo das Festas do Divino nas Comunidades inicia com a saída da Bandeira do Divino em romaria pelas ruas dos bairros ou nos centros urbanos, visitando as casas dos devotos com bandeiras coloridas, ao som de tambores, rabecas, pandeiros e violas, cantorias e fogos. O ponto alto das festividades acontece na Cerimônia da Coroação do Imperador acompanhado pelo Cortejo Imperial, luxuosamente caracterizado.

Mas, fica a indagação: Qual a relação dessas caracterizações de Figuras Imperiais com os Símbolos Religiosos do Divino Espírito Santo?

FESTA DO DIVINO 2014 Festa do Divino Cortejo no centro de Florianópolis 2015

FESTA DO DIVINO 2014
Festa do Divino Cortejo no centro de Florianópolis 2015

Historiadores registram que a Festa do Divino Espírito Santo já acontecia na Alemanha, no século XII de onde se propagou pela Europa, em especial em Portugal, onde se firmou com a devoção especial da Rainha Isabel de Aragão.

Quem foi a Rainha Isabel de Aragão?

Filha do Rei Pedro III de Aragão ( do Reino de Aragão, na Península Ibérica), casou em 1282, aos 12 anos de idade, por procuração, com o Rei de Portugal Dom Diniz, que subiu ao trono aos 19 anos.

Em 1296 a Rainha Isabel, sendo extremamente devota do Espírito Santo, enfrentava um período difícil no Reino, com muitas desavenças entre os membros da Corte, principalmente entre o Imperador e seu filho Afonso, herdeiro do trono. Temendo graves consequências desses conflitos, Isabel fez a Promessa de entregar sua própria coroa à Igreja, se as desavenças acabassem e se restabelecesse a paz em sua família e no Reino.

Tendo alcançado a paz que almejava, a rainha cumpriu a palavra. Assim, na Festa de Pentecostes de 1296, a Rainha Isabel de Aragão levou a prometida coroa real à Igreja do Espírito Santo na Vila de Alenquer em Portugal. Para a entrega, formou-se uma solene procissão com nobres do reino transportando estandartes com o símbolo do Espírito Santo. Na ocasião, pessoas humildes recebiam simbolicamente a coroa e o cetro, simbolizando a instituição do Império do Espírito Santo e um grande banquete era partilhado com os mais pobres.

A Casa Real determinou então, que todos os anos nessa data fosse celebrada a Festividade. A Rainha passou a ser reconhecida como a “Rainha Santa” Faleceu em 1336 e em 1625 foi canonizada pela Igreja Católica.

A Festa do Divino Espírito Santo tem como base profundo sentido religioso, embora muitas vezes aparentando um evento do folclore, do imaginário e da fantasia, é rica em significados, quando se comemora a esperança na chegada de uma era de paz , um tempo futuro em que predomine a partilha, a solidariedade, a liberdade, a caridade, a união entre as pessoas, a PAZ, enfim, que prevaleça o Império da Igualdade.

É Festa!

Páscoa – é a mais importante festa da Igreja Católica.  A palavra “páscoa” deriva do hebraico, pesah que significa passagem. Os judeus celebravam a libertação e fuga do povo que vivia escravizado no Egito e liderado por Moisés foi em busca da Terra Prometida.

Para os cristãos a Páscoa passou a ter outro significado. Jesus Cristo foi crucificado e morto nos dias que antecederam à festa da páscoa judaica, como narra a Bíblia, e ressuscitou no domingo, passando então a significar Vida Nova, Ressurreição.

A Festa da Páscoa Cristã é uma festa móvel, isto é, não acontece sempre no mesmo dia do ano, isto porque ao ser estabelecida no Concílio de Nicéia, no ano 325 da nossa era, assim como na festa judaica, a data é determinada por um cálculo especial no calendário: ocorre sempre no primeiro domingo após a primeira lua cheia do Outono (no hemisfério Sul) e da Primavera (no hemisfério Norte). Assim, sempre vai ocorrer entre os dias 22 de março e 25 de abril. Com a determinação da Festa da Páscoa, no mundo ocidental, ficam determinadas outras datas importantes que seguem esse cálculo: o Carnaval, a Quaresma, a festa de Corpus Christi…

As comemorações religiosas são ricas em cerimoniais e significados e na atualidade outras motivações foram acrescentadas, tornando-se uma das festas que mais alegra as crianças pelos apelos do chocolate, dos ovos de páscoa, do coelho e de toda criatividade que ano após ano vem incrementando mais a data, chegando até a ser desvirtuada pelo oportunismo do comércio e do lucro.

Vale a insistência em comemorar o verdadeiro sentido da Páscoa: Vida Nova, Ressurreição, Alegria, Confraternização!

F E L I Z    P Á S C O A!

jesus

As Sete Maravilhas do Mundo Moderno

Inspirados na tradicional lista das Sete Maravilhas do Mundo Antigo temos hoje uma nova lista, a das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.

Como foram definidas essas Novas Maravilhas do Mundo?

Uma Organização suíça, a New Open World Foundacion lançou a Campanha New Seven Wonders para que através de telefones celulares e internet qualquer pessoa de todas as partes do mundo pudessem indicar quais seriam as Maravilhas do Mundo Moderno. A Campanha não foi oficializada pela UNESCO.

Em 2005 havia uma lista de 200 inscritos, sendo selecionadas e reduzidas depois  para 77 e por último destacadas 21. Os monumentos finalistas foram então escolhidos por um grupo de arquitetos liderados por Federico Mayor, ex-diretor geral da UNESCO. Os critérios de escolha tiveram por base: beleza, complexidade, valor histórico, relevância cultural e significado arquitetônico. As Pirâmides do Egito, inicialmente incluídas nessa lista foram retiradas e consideradas ‘Maravilha Honorária’. Assim, restaram 20 indicadas sendo essas submetidas à votação livre. Receberam 100 milhões de votos de participantes de todo o mundo e assim definidas as Sete Maravilhas do Mundo Moderno.

Em 7 de julho de 2007 (07/07/2007) numa cerimônia no Estádio da Luz, em Lisboa, Portugal, foram proclamadas vencedoras por escolha popular as seguintes:

– A Muralha da China

– A Cidade de Petra na Jordânia

– O Coliseu de Roma

– O Cristo Redentor do Rio de Janeiro, Brasil

– A Cidade Inca de Machu Picchu no Peru

– As Ruínas de Chichén Itza no México

– O Taj Mahal na Índia

 

Alguns dados sobre as sete Maravilhas do Mundo Moderno:

  1. A Muralha da China – A Grande Muralha foi construída no transcurso de várias dinastias da China Imperial e demorou cerca de 2000 anos para ser concluída, no século XV. Essa Muralha composta de várias partes  se estende por cerca de 6.500 quilômetros. Destinada a proteger o Império Chinês de invasões, é hoje visitada por milhares de turistas diariamente, despertando grande admiração pela grandiosidade e imponência da obra.
  2. Cidade de Petra na Jordânia – constitui-se numa cidade esculpida em arenito composta de vários monumentos escavados nas rochas. Foi construída durante o Imperio Persa no século VI d.C. Hoje é a principal atração turística da Jordânia.
  3. O Coliseu de Roma  – Foi um grandioso Anfiteatro construído  entre os anos 70 a 90 d.C, no centro de Roma, na Itália, com o objetivo de celebrar a glória do Império Romano. A construção foi iniciada por Vespasiano e concluída por Tito, Imperadores Romanos. A capacidade inicial era de cerca de 50 mil pessoas, em 3 andares, sendo depois ampliado. Nele realizavam-se diversos espetáculos, havendo registros de martírios dos primeiros cristãos ali acontecido. Atualmente as ruínas do Coliseu representam a maior atração turística de Roma.
  4. O Cristo Redentor do Rio de Janeiro – a Estátua de Jesus Cristo localizada na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, no topo do Morro do Corcovado, a 709 metros acima do nível do mar, possui 38 metros de altura, sendo 8 metros de pedestal.  Feita em pedra sabão, sendo o projeto do Engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa e colaboração do Escultor francês Paul Landowski (origem polonesa) e do Artista Plástico Carlos Oswald. Levou 5 anos para ser construída. A Estátua foi inaugurada no dia 12 de outubro de 1931, dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. O Cristo Redentor é o ponto turístico que atrai milhares de visitantes, diariamente, oportunizando, além de uma motivação de fé, uma vista deslumbrante da cidade envolta pela paisagem de uma beleza sem igual.
  5. A Cidade Templo de Machu Picchu no Peru – São ruínas de uma cidade Inca, localizada no topo de uma montanha de 2400 metros de altitude. É uma das ruínas mais belas do mundo, também conhecida como ‘cidade perdida”, construída no século XV. Nessas ruínas destacam-se duas grandes áreas: a área agrícola, formada por terraços e recintos de armazenagem de alimentos e a área urbana, na qual se dstaca a zona sagrada com templos, praças e mausoléus reais.
  6. Chichén Itza no México – são ruínas de uma cidade arqueológica Maia que se localiza em Iucatã, no México. Foi uma Cidade Templo da Civilização Maia. Construída por volta dos anos 435 e 455 d.C. Representa os avançados conhecimentos urbanos, arquitetônicos e tecnológicos que a civilização maia possuía naquela época.  Um  complexo histórico cultural composto de várias construções como Pirâmides, Templos, Praças…Foi declarada Patrimônio Mundial de Unesco em 1988. É hoje um dos pontos turísticos mais visitados do México.
  7. O Taj Mahal na Índia – é um Mausoléu situado em Agra, na Índia. Foi construído em mármore branco, rodeado de maravilhosos jardins. Foi idealizado e construído por ordem do Xá Jahan , o  5° Imperador Mogul muçulmano, em memória a sua esposa falecida . Foi concluído em 1666. É hoje uma das mais belas obras muçulmanas na Índia. Reconhecida como Patrimônio da humanidade.

Fonte: Google

“Há muitas maravilhas neste mundo, mas a maior de todas é o homem.”

Sófocles

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Nota: Aos que acompanham esse blog, minha gratidão. Com esse post estou encerrando a série de temas, perfazendo um total de 48 os quais tiveram expressivo número de visualizações o que me estimulou a realizar esse trabalho.  Convido a todos que voltem a ler os assuntos já postados e aguardem novidades futuramente!

Obrigada!

As Sete Maravilhas do Mundo Antigo

O tema em questão é frequentemente incluído em questões avaliadas em concursos públicos, provas de vestibulares ou outros testes de conhecimentos gerais. De maneira geral, basta o candidato identificar quais foram as Sete Maravilhas do Mundo… não importando se é capaz de descrever alguma delas.

Se buscarmos algumas informações sobre cada uma dessas Maravilhas, ficaremos surpresos por descobrir muitas novidades. Trata-se de uma lista de majestosas obras artísticas e arquitetônicas erguidas durante a antiguidade clássica.

Das Sete Maravilhas do Mundo Antigo ainda resiste intacta uma delas: A Pirâmide de Quéops, construída há quase 5 mil anos.

São elas:

1)    Pirâmide de Quéops

2)    Jardins Suspensos da Babilônia

3)    Estátua de Zeus em Olímpia

4)    Templo de Artemis em Éfeso

5)    Mausoléu de Halicarnasso

6)    Colosso de Rodes

7)    Farol de Alexandria

Vamos destacar alguns dados significativos sobre cada uma delas:

– Pirâmide de Quéops ou Khufu: é a maior das 3 Pirâmides de Gizé. Possui 137,16m de altura, construída na margem esquerda do rio Nilo, no Egito. Foi construída como tumba real para o Faraó Quéops ou Khufu. As outras duas que formam o conjunto são: a Pirâmide de Quéfren (filho de Quéops) e a Pirâmide de Miquerinos (neto de Quéops). As Pirâmides são edificações grandiosas, em pedra, com base retangular e quatro lados triangulares.  A Pirâmide de Quéops foi construída por volta do ano 2550 a.C. – estima-se que 30.000 pessoas trabalharam nessas construções por mais de 20 anos.

– Jardins Suspensos da Babilônia: Segundo historiadores, o Rei Nabucodonosor, no século VI a.C., mandou construir os chamados Jardins Suspensos que consistiam em seis terraços suspensos, como se fossem andares, apoiados por colunas gigantes. As superfícies desses terraços foram adornadas por árvores frutíferas, flores, esculturas dos deuses, cascatas e outros adornos. Essa obra teria sido construída para satisfazer os desejos de Amitis, esposa do Rei. Os Jardins eram irrigados com água do Rio Eufrates que ficava próximo.

Os registros sobre os Jardins Suspensos que chegaram até nós, foram colhidos de anotações de historiadores da Grécia Antiga, pois, não existem provas concretas dessas construções. As ruínas da Babilônia ficam a 160 km de Bagdá, capital do Iraque.

Fonte: Google

 

– Estátua de Zeus em Olímpia – na cidade grega de Olímpia, o escultor ateniense Fídias, no século V a.C., esculpiu uma Estátua de Zeus (Júpiter para os Romanos). Zeus era considerado o Senhor do Olimpo, a morada das divindades. A Estátua de Zeus media de 12 a 15 metros de altura. Toda em marfim e ébano e os olhos de pedras preciosas. A Estátua representava Zeus sentado num trono e levava na mão direita a estatueta de Nike, deusa da Vitória e na esquerda, uma esfera sob a qual havia uma águia. Mais tarde a Estátua de Zeus foi transportada para Constantinopla, donde desapareceu, após ter sido retirado todo o material precioso: ouro, marfim, pedras preciosas. Isso ocorreu pela sucessão de guerras entre Esparta e Atenas. A cidade antiga de Olímpia ficava a 150 km de Atenas. Constantinopla, hoje é Istambul, na Turquia.

– Templo de Artemis em Éfeso – esse foio maior Templo do Mundo Antigo, construído em Éfeso, na Ásia Manor, no século VI a.C.  Artemis era considerada a deusa grega da caça e dos bosques que para os romanos era a deusa Diana.

O Templo possuía 127 colunas de mármore com 20 metros de altura, 138m de comprimento e 71m de largura. Nele foram colocadas muitas estátuas de ébano, ouro, prata, pedra preta e bronze.

O Templo foi destruído duzentos anos após sua construção por um grande incêndio, sendo mais tarde reconstruído por Alexandre III, da Macedônia.  No século III d.C. foi destruído por um ataque dos Godos. Hoje ainda existe uma das colunas. Em Londres, no Museu Britânico, existem algumas esculturas e objetos que pertenceram a esse Templo.

– Mausoléu de Halicarnasso – Foi uma tumba construída entre 353 e 350 a.C., em Halicarnasso (hoje Bodrum, na Turquia). Destinava-se ao Rei Mausolo do Império Persa. Sua irmã Artemisia era também sua esposa. Quando o Rei faleceu, Artemisia idealizou e mandou construir o Mausoléu. A construção demorou 10 anos, tendo 50 metros de altura, de forma retangular, perfazendo 1200m2. , sustentada por 36 colunas. Edificada em mármore e bronze, com revestimento em ouro. Em seu interior foram esculpidas diversas estátuas em pedra. O Mausoléu foi destruído por um terremoto, provavelmente entre os séculos XI e XV. Artemisia faleceu antes de ver e obra concluída. A palavra mausoléu persiste em nosso vocabulário e deriva do nome do Rei Mausolo.

– Colosso de Rodes – Uma estátua de Hélios (deus do Sol na mitologia grega) foi construída entre os anos 292 a.C e 280 a.C., com 30 metros de altura, pesando 70 toneladas, toda em bronze, pelo escultor Caris.  A estátua gigante apoiava-se com um pé em cada margem do canal que dava acesso ao porto, na ilha grega de Rodes, no mar Egeu. Assim, as embarcações que chegassem à ilha passavam sob as pernas da estátua. Na mão direita segurava um farol. Essa obra demorou 12 anos para ficar pronta e só permaneceu em pé por 55 anos. Em 226 a.C., um terremoto derrubou a estátua e não mais foi reconstruída.

Fonte: Google

 

– Farol de Alexandria – Na Ilha de Faros, em Alexandria, no Egito, no ano 280 a.C.,  foi construída uma Torre para servir como farol. Considerado o primeiro farol do mundo. Essa torre apresentava 150 metros de altura, toda em pedra, com revestimento em mármore branco, obra do arquiteto grego Sóstreto.  Em seu interior ardia uma chama que através de espelhos iluminava a uma distância de 50 quilômetros. No topo do Farol havia uma estátua de Poseidon – figura mitológica responsável pelos mares. Em 1375 de nossa era, um forte terremoto atingiu a Ilha de Faros e destruiu o Farol.

Conhecer as Maravilhas do Mundo Antigo nos leva a refletir sobre a Arte e o Belo.

– “Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver.” – Frans Drajeberg

– “A Arte é a assinatura da Civilização.” – Beverly Sills

OS SETE PECADOS CAPITAIS

Por que Sete?

O número 7 é considerado, desde a antiguidade como um número misterioso, místico, especial e fascinante.  Religiões, Filosofias, Seitas, indicam o número 7 como número de poder, carregado de simbolismo, significando perfeição, plenitude, símbolo do pacto de Deus com o homem. É citado inúmeras vezes na Bíblia, iniciando com a Criação do Mundo no período de 7 dias.

Podemos destacar ainda: As Sete Pragas do Apocalipse; as Sete Maravilhas do Mundo Antigo; as Sete Maravilhas do Mundo Moderno; os Sete Chackras (pontos de energia do corpo humano); as Sete Cores do Arco-Íris; os Sete Sábios da Grécia Antiga; as Sete Notas Musicais; os Sete Anões da Branca de Neve; os Sete Dias da Semana, os Sete Pecados Capitais e as Sete Virtudes correspondentes.

São temas curiosos e portanto, merecem uma atenção especial neste Blog. Já destacamos dois temas referentes a essa lista: As Sete Cores do Arco-Íris e as Sete Notas Musicais. Vamos saber mais sobre os Sete Pecados Capitais e as Sete Virtudes correspondentes.

O que se entende por pecado?

A abordagem do tema toma como base os ensinamentos da Igreja Católica. Ao publicar o Novo Catecismo em 2005, em 9 Línguas,  a Igreja Católica, dentre muitos assuntos, define o que é pecado: “…é uma desobediência, uma revolta contra Deus…é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta…é ofensa a Deus…”

Por que Pecados Capitais?

Os pecados capitais são assim chamados porque são geradores de outros pecados, de outros vícios. O Papa Gregório I, no século VI, estabeleceu a lista dos pecados capitais e mais tarde, outros teólogos como São Tomás de Aquino substituíram alguns termos, conservando sempre a idéia de serem comportamentos e atitudes correspondentes aos instintos básicos do ser humano.

Na atualidade, segundo o Novo Catecismo foram assim enumerados: Orgulho, Avareza, Inveja, Ira, Impureza, Gula, Preguiça.

Significado:

  • 1.     O Orgulho: entendido como soberba, arrogância, desprezo pelos outros, vanglória.  Virtude correspondente: Humildade
  • 2.     A Avareza: apego excessivo aos bens materiais e ao dinheiro; transforma a riqueza em seu deus; corresponde à ganância. Virtude correspondente: Generosidade.
  • 3.     A Inveja: a pessoa invejosa não suporta que ouros estejam em melhores posições sociais, econômicas, pessoais; não se satisfaz com o que possuimas cobiça o que é do outro, tentando destruí-lo ou rebaixá-lo para se igualar ou ficar superior. Virtude correspondente: Caridade.
  • 4.     A Ira: sentimento incontrolado de raiva, ódio, rancor, gerando sentimentos de vingança. Desejo de destruir o que provocou sua ira. Virtude correspondente: Paciência.
  • 5.     A Impureza (também chamada Luxúria): desejo pessoal e egoísta dos prazeres sensuais, dominado pelas paixões, prazeres carnais, corrupção dos costumes. Virtude correspondente: Castidade.
  • 6.     A Gula: desejo insaciável de ingerir alimentos ou bebidas além do necessário. Relacionada ao egoísmo, à cobiça. Virtude Correspondente: Temperança.
  • 7.     A Preguiça: negligência, desleixo, aversão ao trabalho, entregar-se ao ócio, à vadiagem. Virtude correspondente: Diligência.

“Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.”

Paulo de Tarso

As Sete Notas Musicais

A música que tanto nos encanta está presente na História da Humanidade desde as mais remotas culturas, na celebração de festividades ou em manifestações religiosas.

Na antiguidade a música foi transmitida inicialmente de forma oral. Apenas no século IX foi criado um sistema de escrita. Isso aconteceu quando o monge italiano Guido D’Arezzo (995 – 1050) sugeriu o uso de uma pauta de 4 linhas onde se escreveriam os sinais musicais. Esses sinais, as notas, foram denominadas pelo mesmo monge,  utilizando sílabas tiradas de um Hino a São João Batista, escrito em latim, de autoria de Paolo Diacono.

Assim surgiram as sete notas musicais até hoje utilizadas: Do, Re, Mi, Fa, Sol, La, Si

Ut queant laxis

Ressonare fibris

Mira gestorum

Famuli tuorum

Solve Polluti

Labii reatum

Sante Iohannes”

Traduzindo: “Para que os teus servos possam cantar as maravilhas dos teus atos admiráveis, absolve as faltas dos seus lábios impuros, São João.”

Ut – foi mais tarde substituído por Do e Si foi composto das iniciais da expressão Sante Ioannes.

Hoje a pauta é composta de 5 linhas paralelas, formando 4 espaços, onde são escritas as notas musicais de uma partitura, no Sistema de Música Ocidental. Esse Sistema foi adotado a partir do século XI. As 5 linhas foram estabelecidas a partir do século XV. Cada linha apresenta uma nota mais aguda que a anterior e podem ser acrescentadas linhas suplementares para representar notas mais agudas ou mais graves.

Historiadores registram períodos distintos na história da música, no Ocidente, sendo que cada período é identificado por um estilo que se sobrepõe a outros.

Seis períodos distintos podem ser considerados:

  • Música Medieval – compreende o período anterior a 1450.
  • Música Renascentista – de 1451 a 1600
  • Música Barroca – de 1601 a 1750
  • Música Clássica – de 1751 a 1810
  • Música Romântica – de 1811 a 1900
  • Música Moderna – de 1901 até a atualidade

– “ A música está em tudo. Do mundo sai um hino.” – Victor Hugo

– “ A música é capaz de reproduzir, em sua forma real, a dor que dilacera a alma e o sorriso que inebria. “ – Beethoven