AS FITAS DO SENHOR DO BONFIM

Quem vai à cidade de Salvador, capital do estado da Bahia/Brasil e circula pelo Centro Histórico, mergulha num ambiente repleto de símbolos, imagens, casarios, igrejas centenárias, obras de arte ao ar livre, museus, espaços e paisagens onde se apresentam baianas caracterizadas, grupos artísticos, vendedores ambulantes de cocada, acarajé e outros alimentos típicos e souvenirs.

Dentre as construções centenárias destacam-se as igrejas católicas e, segundo dados da Arquidiocese, existem 372 templos católicos em Salvador que perpetuam a história desses espaços. Dentre esses templos centenários destaca-se a Igreja do Senhor do Bonfim.

Igreja Nosso Senhor do Bonfim – Salvador/BA

Esse templo religioso está localizado na Sagrada Colina e foi construído em 1754. Nele destacam-se duas imagens célebres: a imagem do Senhor do Bonfim e a de Nossa Senhora da Guia. Imagens que foram trazidas de Portugal em 1745.

Imagem de Nosso Senhor do Bonfim – Salvador/BA

Essa igreja em especial, é também símbolo do sincretismo religioso, onde se misturam as diferentes crenças e rituais próprios de diversas religiões, isto é, junto com a tradição e rituais católicos manifestam-se as tradições e rituais de outras religiões, em especial, as afro-brasileiras.

Assim, no mês de janeiro, acontece um ritual típico que é a Lavagem das Escadarias do Senhor do Bonfim, quando grupos de baianas caracterizadas fazem um ritual nas escadarias da igreja jogando ‘água de cheiro’, flores e folhas. Essa cerimônia tem o sentido da purificação e reúne multidões de devotos que expressam a fé à sua maneira, com orações, cânticos, cortejos, procissões, fogos de artifício, comidas típicas e manifestações artísticas próprias da criatividade popular.

Festa do Senhor do Bonfm, janeiro de 2020

Uma das expressões típicas desse sincretismo religioso são as Fitas do Senhor do Bonfim. Trata-se de um souvenir e amuleto que se destina a realizar desejos.  

Criada em 1809, essa fita partiu da ideia de ser confeccionada com a medida do braço direito da imagem do Senhor do Bonfim, 47 centímetros. As fitas distribuídas aos devotos sofreram algumas modificações no percurso e na década de 1960 se popularizaram e passaram a ser muito valorizadas e difundidas. 

Essas fitas se apresentam em diversas cores, sendo que cada cor traz um significado:

– branco: paz, sabedoria, calma;
– vermelho: amor, poder, força, energia;
– verde: vigor, juventude, esperança;
– verde escuro: virilidade, grandeza;
– amarelo: riqueza, dinheiro, sabedoria;
– laranja: movimento, espontaneidade;
– azul: segurança, tranquilidade, saúde;
– rosa: beleza, saúde, sensualidade;
– rosa claro: ternura, suavidade, carinho.

Para os adeptos das religiões afro-brasileiras, há significados próprios para as cores das fitas, que representam os orixás:

– branco: Oxalá
– vermelho: Iansã
– vermelho com letras brancas: Xangô
– verde com letras brancas: Ossain  
– verde escuro ou claro: Oxóssi
– amarelo: Oxum
– azul claro: Iemanjá
– azul escuro: Ogum
– rosa: Oxumaré
– roxo: Nanã
– preto: Exu e PombaGira
– preto com letras brancas: Omulu

Nessas fitinhas coloridas está gravado: Lembrança do Senhor do Bonfim da Bahia.

Esse amuleto ou souvenir pode ser adquirido com ambulantes, próximo à igreja ou em outros pontos de venda, mas, o ideal é ganhar a fita como presente de alguém, para realizar todo o ritual da tradição. A fita, ou até mais de uma, deve ser amarrada no pulso, dando duas voltas e fazendo três nós. A cada nó a pessoa mentaliza um desejo que deve ser segredo. A fita deve permanecer no pulso até o momento em que a mesma se rompe pelo próprio desgaste, quando então serão realizados os desejos.

Outra prática é amarrar as fitas num gradil que há em frente ao templo e aí então são feitos os três nós mentalizando os três desejos.

Obs.

Essa narrativa tem como objetivo popularizar fenômenos da tradição e da cultura que, muitas vezes, fica restrito a poucos e com isso podemos somar mais uma curiosidade à questão principal desse site: isso eu não sabia!

– A base da pesquisa foi o Google endossado com a experiência obtida em viagem de turismo à cidade de Salvador – Bahia/Brasil

As imagens são compartilhadas do Google.

OS SETE PECADOS CAPITAIS

Por que Sete?

O número 7 é considerado, desde a antiguidade como um número misterioso, místico, especial e fascinante.  Religiões, Filosofias, Seitas, indicam o número 7 como número de poder, carregado de simbolismo, significando perfeição, plenitude, símbolo do pacto de Deus com o homem. É citado inúmeras vezes na Bíblia, iniciando com a Criação do Mundo no período de 7 dias.

Podemos destacar ainda: As Sete Pragas do Apocalipse; as Sete Maravilhas do Mundo Antigo; as Sete Maravilhas do Mundo Moderno; os Sete Chackras (pontos de energia do corpo humano); as Sete Cores do Arco-Íris; os Sete Sábios da Grécia Antiga; as Sete Notas Musicais; os Sete Anões da Branca de Neve; os Sete Dias da Semana, os Sete Pecados Capitais e as Sete Virtudes correspondentes.

São temas curiosos e portanto, merecem uma atenção especial neste Blog. Já destacamos dois temas referentes a essa lista: As Sete Cores do Arco-Íris e as Sete Notas Musicais. Vamos saber mais sobre os Sete Pecados Capitais e as Sete Virtudes correspondentes.

O que se entende por pecado?

A abordagem do tema toma como base os ensinamentos da Igreja Católica. Ao publicar o Novo Catecismo em 2005, em 9 Línguas,  a Igreja Católica, dentre muitos assuntos, define o que é pecado: “…é uma desobediência, uma revolta contra Deus…é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta…é ofensa a Deus…”

Por que Pecados Capitais?

Os pecados capitais são assim chamados porque são geradores de outros pecados, de outros vícios. O Papa Gregório I, no século VI, estabeleceu a lista dos pecados capitais e mais tarde, outros teólogos como São Tomás de Aquino substituíram alguns termos, conservando sempre a idéia de serem comportamentos e atitudes correspondentes aos instintos básicos do ser humano.

Na atualidade, segundo o Novo Catecismo foram assim enumerados: Orgulho, Avareza, Inveja, Ira, Impureza, Gula, Preguiça.

Significado:

  • 1.     O Orgulho: entendido como soberba, arrogância, desprezo pelos outros, vanglória.  Virtude correspondente: Humildade
  • 2.     A Avareza: apego excessivo aos bens materiais e ao dinheiro; transforma a riqueza em seu deus; corresponde à ganância. Virtude correspondente: Generosidade.
  • 3.     A Inveja: a pessoa invejosa não suporta que ouros estejam em melhores posições sociais, econômicas, pessoais; não se satisfaz com o que possuimas cobiça o que é do outro, tentando destruí-lo ou rebaixá-lo para se igualar ou ficar superior. Virtude correspondente: Caridade.
  • 4.     A Ira: sentimento incontrolado de raiva, ódio, rancor, gerando sentimentos de vingança. Desejo de destruir o que provocou sua ira. Virtude correspondente: Paciência.
  • 5.     A Impureza (também chamada Luxúria): desejo pessoal e egoísta dos prazeres sensuais, dominado pelas paixões, prazeres carnais, corrupção dos costumes. Virtude correspondente: Castidade.
  • 6.     A Gula: desejo insaciável de ingerir alimentos ou bebidas além do necessário. Relacionada ao egoísmo, à cobiça. Virtude Correspondente: Temperança.
  • 7.     A Preguiça: negligência, desleixo, aversão ao trabalho, entregar-se ao ócio, à vadiagem. Virtude correspondente: Diligência.

“Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.”

Paulo de Tarso